segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Panorama Dois




Para fazer o segundo panorama, fomos mais duas vezes à Casa do Baile. Como é de costume, o dia estava muito quente e parecia impossível tirar fotos que valorizassem a obra de Niemeyer. Em todas as imagens, ela se transformava num borrão preto. E isso a gente não conseguiu consertar no Photoshop. E para se somar a isso, o Stitcher não fechava nenhum panorama. Tudo que conseguimos foram algumas imagens distorcidas. Mas no pior momento nasceu a melhor ideia: colar umas na outras, fotos de lugares diferentes, desde que tivessem alguma forma em comum ou semelhante. No final, tinha grade virando azulejo, marquises virando de cabeça pra baixo, uma bela confusão. Bela mesmo. O maior problema foi a falta de um trabalho mais profissional no Photoshop. Mas ainda assim, conseguimos uma imagem perturbadora, indecifrável em um primeiro olhar. No grupo, além de mim, estavam Alana e Camila e o Carimbo, ferramenta mágica do Photoshop.

Virtualidade, excentricidade e copos de acrílico...

Digital e virtual. Pra muitos - e até pouco tempo, pra mim também- esse dois termos são sinônimos. Digo agora, com a propriedade de uma aluna de primeiro período de arquitetura, que é mentira! E pra ser mais incisiva, essas duas palavrinhas têm significados bem diferentes. Só pude entender isso depois de algumas discussões em sala de aula e da leitura de um texto da arquiteta Ana Paula Baltazar. Okay, então. Meu objeto tinha que ser virtual, bem virtual. Daqueles que te oferecem milhões (ou quase isso) de possibilidades. Se eu consegui? Não. Meu objeto talvez não fosse tão interativo, mas me diverte e parece que aos outros também.


Processo Criativo

A ideia surgiu no momento mais estranho, como sempre. Estava eu numa lojinha de R$1,99 comprando copos de acrílico pra minha casa em BH e pluft. Era isso. Os copos eram bonitos, coloridos e leves. Mas o que fazer com eles era a grande questão. Comprei de tudo: fios, buzzer, alto-falante, cooler, LEDs (muitos LEDs), baterias...
Depois de muitos desenhos e de muito quebrar a cabeça, cheguei numa solução. Eu pregaria os copos dois a dois, e conforme o usuário (que é, claro, parte essencial do objeto) aproximasse a 'boca' de um copo da 'boca' de outro, algum circuito seria ativado.


Mãos à obra

Foi numa quinta-feira, dessas bem quentes, que eu descobri que podia furar o acrílico. Foi a melhor notícia do dia. Furamos o fundo de quatro copos. Assim, eu poderia esconder a bateria e aquelas tirinhas horrorosas de fita isolante. Aliás, diga-se de passagem, fitas isolantes pode ser traumatizantes. Foi com esse trabalho que tive meu primeiro mau-contato com alguma coisa. Enfim, foi quando tudo estava pronto, que deu tudo errado. Nenhum circuito funcionava mais e os copos já estavam colados uns aos outros. E, dois dias antes da entrega, fiz todo o trabalho de novo. E consegui! Fiz a apresentação e, depois, senti um super alívio. Missão cumprida.

Veja agora como funciona meu objeto interativo:

No copo verde, coloquei um grande pedaço de fio, preso à uma série de ímas. Preso, no fundo, estava um reed-switch. Quando o íma era aproximado do reed, um buzzer e um alto-falante, que estavam no copo vermelho, eram ativados. Próximo à boca do copo verde e do vermelho, foram pregados ímas maiores, que acionariam os circuitos dos copos laranja e preto.




No copo laranja, foi colocado um cooler, que ficava suspenso e, no fundo do copo, joguei várias bolinhas de isopor. Quando o cooler era acionado, as bolinhas iniciavam um movimento frenético. Descobri depois alguns trabalhos de um artista suíço, Zimoun, que funcionavam de maneira semelhante.
Por fim, o interior do copo preto foi coberto por pequenos pedaços de espelhos e, no fundo do copo, coloquei um único LED vermelho. Quando o LED acendia, sua luz era refletida por todo copo, criando um efeito interessante.


Esse foi o objeto final. Destaque pra cola de silicone, ali no fundo. Aprendi mais sobre eletromagnetismo nessas duas semanas do que em todas as aulas de Física do Ensino Médio.