segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Música, arte e diversão...


   Imagine um ambiente fresquinho, cheio de redes de dormir, onde tudo que se ouve é o incrível rock and roll de Jimi Hendrix. Isso existe e está a 60 km de BH, em Brumadinho. Os criadores dessa sala são Hélio Oiticica e Neville D’Almeida.


   Oiticica foi o criador dos Parangolés: capas, estandartes, bandeiras para serem vestidas ou carregadas. As capas são feitas com panos coloridos (que podem levar reproduções de palavras e fotos) interligados, revelados apenas quando a pessoa se movimenta. A cor ganha um dinamismo no espaço através da associação com a dança e a música. A obra só existe plenamente, portanto, quando da participação corporal. Segundo seu criador : "O 'ato' do espectador ao carregar a obra (Parangolé) revela a totalidade expressiva da mesma na sua estrutura: a estrutura atinge aí o máximo de ação própria no sentido do 'ato expressivo'. A ação é a pura manifestação expressiva da obra". 


   A exposição Tropicália, também de Oiticica, relacionava o contexto das vanguardas da época e as diversas manifestações da arte. Consistia num ambiente formado por duas tendas que o autor chamava de penetráveis. O cenário tropical era composto de areia, brita espalhada pelo chão, araras e vasos com plantas e uma espécie de labirinto que percorria a tenda principal, às escuras. Ao fundo, o público se deparava com um aparelho de televisão ligado, totalmente contra os padrões tradicionais da escultura e da pintura.De acordo com o artista: "Quando criei a minha obra-ambiente TROPICÁLIA(1966-67), duas coisas queria, de modo objetivo: uma era sintetizar tudo o que vinha fazendo há tempos no sentido se uma arte-ambiental(ou antiarte, como queiram), outra era marcar, com o conceito de tropicália, um novo modo objetivo de caracterizar certos elementos na manifestação atual da arte brasileira, que se possam erguer como figura autônoma, não-cosmopolita, opondo-se num novo modo ao Op e Pop internacionais.''. 


   A sala que citei no início desse texto, fica no Inhotim, um museu de arte contemporânea. O lugar é absolutamente impressionante, com um acervo de aproximadamente 500 obras e mais de 100 artistas. Espero poder voltar em breve. Mesmo depois de um dia inteiro de visita, não consegui ver tudo...




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